A Myrkur Games e a Deep Silver lançaram oficialmente no final de Outubro a atualização Enhancedf Edition do videogame Echoes of the End, trazendo um pacote robusto de melhorias, ajustes e conteúdos extras para o jogo de ação e aventura cinematográfico em terceira pessoa que foi lançado em Agosto deste ano. Essa atualização gratuita traz uma nova vida ao projeto, elevando a experiência geral e deixando o jogo muito mais próximo do que o estúdio sempre quis entregar!
Echoes of the End apresenta um mundo com forte inspiração no universo de Final Fantasy XVI (ou FFXVI): Aqui temos um mundo com forças vitais mutáveis, cristais que armazenam energia, personagens com dons especiais chamados de “vestigiais”, uma atmosfera de império decadente e um background político denso envolvendo os reinos que surgiram após a fragmentação do antigo império no continente de Aema. Não vou entrar em muitos detalhes — a narrativa é uma parte importante da experiência que não tenho a intenção de lhe estragar — mas fica a sensação de que o lado político poderia ter sido explorado com mais profundidade, pois havia espaço para algo ainda mais interessante.
Falando em apresentação, o jogo
entrega gráficos lindíssimos, com cenários muito bem trabalhados e
animações que reforçam a pegada cinematográfica que o estúdio queria alcançar.
O visual é, sem dúvidas, um dos pontos fortes da experiência.
O combate, segundo a
Myrkur, foi profundamente reformulado na Enhanced Edition. Não joguei a versão
original, mas o que temos aqui é um sistema redondo, preciso e muito bem
acertado. A estrutura é familiar para quem conhece os Assassin’s Creed mais
recentes ou até o já mencionado FFXVI — ataques fracos, ataques fortes e habilidades especiais
que consomem mana — mas com um ritmo mais cadenciado e menos hack and slash. A
inspiração “soulslike leve” aparece aqui e ali, mas o jogo não é punitivo. E o
mais interessante: essas habilidades baseadas em mana também são usadas em puzzles
ambientais, não apenas no combate.
O único ponto realmente estranho para mim está no pulo e na física de movimentação: Em momentos de salto, especialmente
quando é preciso alcançar cordas, plataformas móveis ou dispositivos do
cenário, a personagem parece “flutuar” um pouco demais. A falta de peso é
perceptível e chega a incomodar em algumas seções. Curiosamente, esse problema não
existe no combate, onde o peso dos golpes é sentido com clareza.
A campanha segue o estilo já
solidificado por estúdios como Naughty Dog: você quase sempre está acompanhado
de outro personagem, com diálogos frequentes durante a jornada. Mas, à la Santa
Monica em God of War (2018), o acompanhante não é apenas um enfeite — ele participa
dos combates e ajuda ativamente na resolução de puzzles, tornando a
parceria parte essencial do gameplay.
A progressão também funciona bem:
o jogador acumula XP para liberar técnicas na árvore de habilidades,
encontra baús com a moeda do jogo para craftar trajes, e ainda
descobre relíquias pelo mapa, que funcionam como “runas”, melhorando
atributos percentuais da protagonista. É um sistema simples, mas suficiente
para dar variedade às builds e permitir personalização real.
Echoes of the End é um jogo linear,
mas que recompensa quem gosta de olhar cada cantinho. O level design e o
ritmo de exploração lembram bastante os God of War recentes: aquela sensação
constante de “acho que tem um baú atrás daquela pedra” está presente o tempo
inteiro — embora algumas paredes invisíveis incomodem aqui e ali.
E, olhando de forma bem pessoal: Echoes of the End é exatamente o tipo de jogo que me conquista: gráficos muito bonitos, narrativa interessante, combate satisfatório com boas possibilidades de personalização, level design sólido, puzzles na medida… é quase como um “God of War com orçamento menor”, mais próximo de experiências como Banishers: Ghosts of New Eden ou Flintlock: The Siege of Dawn.
É um jogo muito bom, honesto e com preço justo — e nas promoções da
Steam costuma cair pela metade. Vale demais ficar de olho.
Agradeço à publisher pela
confiança e pela cópia enviada via Keymailer.
Se decidir comprar o jogo, por favor, considere usar o nosso link (https://game.page/echoesoftheend/papodetutor) — isso ajuda a mostrar à publisher que esta análise foi relevante para você.
Disclosure: Eu, Ricardo, redator do blog BansPodNerd, recebi uma cópia gratuita para review via https://www.keymailer.co.

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