QUARTETO FANTÁSTICO: Novo filme é seguro, mas serve como a melhor versão da equipe nos cinemas!

Logo de Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, mostrando sobrenome dos personagens principais / Divulgação / Marvel Studios
ATENÇÃO: SPOILERS DE QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS (MARVEL STUDIOS, 2025) E SUPERMAN (DC STUDIOS, 2025)

Entre tantas novidades recentes que cercam nossos múltiplos interesses da cultura pop e da comunidade geek, encontro-me em uma enorme encruzilhada com a chegada do mais novo filme da Marvel Studios, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos. O primeiro filme da primeira grande família da Marvel Comics dentro do MCU, que foi dirigido por Matt Shakman (It’s Always Sunny in Philadelphia) e estrelado por Pedro Pascal (The Mandalorian), Vanessa Kirby (The Crown), Joseph Quinn (Stranger Things) e Ebon Moss-Bachrach (The Bear) certamente é… um bom filme da Marvel, trazendo uma aventura curta que se sustenta, positivamente, dos maneirismos do MCU e tenta não ser um novo filme de origem, mesmo que copie quase todos os pontos essenciais que vimos nas últimas duas tentativas da equipe nos cinemas.

Mas antes de me aprofundar nos motivos pelos quais eu adorei essa nova iteração da equipe, vamos falar do principal “ponto negativo” do filme: sua narrativa. Se vocês conhecem a história do Quarteto Fantástico e esperam por uma aventura inédita dentro de um novo universo desvinculado totalmente de tudo o que foi elaborado até aqui, então podem abaixar suas expectativas e se preparar para um “arroz com feijão” bem feito. Resumindo (e muito), a origem principal dos personagens é elaborada logo nos primeiros 30 minutos - com uma excelente interpretação dos personagens, várias escolhas narrativas que trazem veracidade à união familiar e uma excelente demonstração estética do retrofuturismo provindo dos anos 60 - enquanto que toda a briga contra Galactus (interpretado por Ralph Ineson) e sua arauta, a Surfista Prateada (interpretada por Julia Garner) é adaptada no restante do filme, onde nos deparamos com mais aventura e momentos de ação típicos do MCU picotado com alguns breves momentos de drama familiar que deixam um gostinho de “quero mais”. 

Nada contra a escolha da adaptação em si, mesmo que ela já tenha sido realizada em diversas outras mídias, mas a necessidade de “preencher todos os itens da lista” e de “acelerar” nas partes que todo mundo já sabe, torna a aventura levemente corrida na hora da edição - fazendo com que a ameaça que deveria durar um bom período de tempo para ser explorada na telona (e com a profundidade que essa versão do Galactus merece) vire algo bem imediato. Ainda assim, eu opto por considerar a narrativa do filme não como algo extremamente negativo, mas sim como algo que merecia mais uma hora para ser devidamente apreciado - mesmo que o filme já tenha duas horas de duração.

Recorte de cena do filme Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, mostrando equipe principal completa / Divulgação / Marvel Studios
Mas falando em personagens, esse sim é o maior ponto positivo deste filme, já que ele acerta em cheio na interpretação de cada um dos envolvidos nessa narrativa frenética de combates espaciais e descobertas científicas. Pascal, apesar das preocupações de todos aqueles que já se cansaram de ver a cara dele em tudo quanto é canto, consegue trazer uma interpretação completamente natural de Reed Richards, tanto na sua constante batalha contra o desconhecido em suas invenções quanto nos seus debates éticos como salvador da humanidade e patriarca da família, trazendo momentos emotivos que apenas o paizão das telonas consegue nos proporcionar - mas que são totalmente aprimorados em cada interação com os demais membros do quarteto.

Além dele, Quinn é a principal fonte de comédia como nosso querido Tocha Humana, trazendo um carisma e uma ânsia pela aventura que proporciona diversos momentos agradáveis e necessários para o personagem brilhar em torno de suas próprias chamas. Bachrach é certamente a rocha mais bem-caracterizada desta grande família, se mostrando como um dos membros mais sensatos e carinhosos do grupo - mesmo que pouco tenha sido adaptado de seus arcos narrativos mais profundos e envolventes, como seu relacionamento com outras pessoas depois de sua transformação no Coisa.

Esse trio masculino já arrasa por si só, mas a cola que une todos eles em total harmonia é Vanessa Kirby, que é a principal carta na manga deste filme. Sue Storm é a “mãezona da porra toda”, guiando a equipe como a voz da razão e sendo a melhor adaptação da personagem em todas as interpretações live-action do quarteto, tornando-se uma das forças motrizes que guiam a narrativa - seja como uma diplomata, como uma mãe, como uma irmã e como uma poderosa heroína que consegue deixar o planeta inteiro e um gigante roxo aos seus pés para proteger aqueles que ela tanto ama.

Recorte do primeiro cartaz de Quarteto Fantástico: Primeiro Passos, mostrando ilustração do quarteto / Divulgação / Marvel Studios
E mesmo que o filme seja recheado de tantos momentos impactantes entre todos esses personagens, são nos respiros entre ação, aventura e descoberta científica que nós vemos o cerne do filme: a vida familiar - quando Sue fala para Reed não se preocupar com a viagem espacial, quando Reed tenta ser atencioso com Ben ao produzir um novo traje espacial para ele, quando Johnny tenta convencer o restante de que ele não está tão afim assim na Surfista, quando Reed tenta acalmar Sue durante o parto, quando o Homem-Topeira (interpretado por Paul Walter Hauser) faz uma piadinha com o Johnny ser “esquentadinho” e Ben fala para ele não se irritar com isso, quando Ben fala pro Johnny não comer tanto cereal e que isso vai tirar a fome dele para o jantar, quando Sue mostrar o teste de gravidez para Reed e o casal fica extremamente feliz. Estas cenas - que funcionam tão bem com esse elenco e que não precisa necessariamente de uma trilha sonora espetacular, de um maravilhoso universo retrô-futurista e de uma ameaça universal respirando na sua fuça - são onde o filme brilha mais do que a sua luz, em geral, consegue devidamente alcançar.

E infelizmente, por conta do universo compartilhado onde nós existimos, nesta sociedade líquida onde tudo acontece em tão pouco tempo e em tanta rapidez,  eu vejo que a luz deste filme - por tão brilhante que ela seja - ainda consegue ser ofuscada, pois não consigo deixar de compará-lo com as recentes novidades audiovisuais do MCU e com o primeiro lançamento cinematográfico do DCU, Superman, dirigido por James Gunn. A narrativa apressada e corriqueira, digna de um ótimo filme no nível da segunda fase do MCU, faz com que os melhores momentos dessa história - não importa o quão grandioso ele seja - não consigam alcançar os melhores momentos de algo como Thunderbolts*, e principalmente como Superman - que será a principal comparação deste filme, pela sua estreias tão próximas.

Os primeiros passos do Quarteto Fantástico foram dados de uma forma segura e firme, preparando um excelente terreno para Vingadores: Doomsday, que só é aprimorado graças a impactante surpresa que tivemos com Thunderbolts*, mas não tem como negar - se houvesse uma disputa entre os melhores filmes de super-heróis de 2025, Superman ganha de lavada - apesar de até eu mesmo ter as minhas ressalvas perante a produção de Gunn, que vocês podem ler com mais calma aqui.

QUARTETO FANTÁSTICO: PRIMEIROS PASSOS já está em cartaz, nos cinemas;

SUPERMAN já está em cartaz, nos cinemas;

THUNDERBOLTS* já está disponível para compra em diversas plataformas digitais.

E vocês, o que acharam do novo Quarteto Fantástico? Qual filme vocês mais gostaram nesse último mês: Quarteto ou Superman? Gostaríamos de saber o que vocês acharam do nosso conteúdo, então deixe seus comentários abaixo! Não se esqueça de acompanhar o restante do nosso conteúdo do blog!

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