BRASIL GAME SHOW: Mesmo com Kojima, edição de 2025 foi uma bagunça generalizada!

Logo do evento Brasil Game Show 2025 - Divulgação / BGS

A Brasil Game Show (também conhecida como BGS) têm sido o palco de diversos momentos icônicos aos gamers brasileiros desde sua concepção em 2007, no Rio de Janeiro, mas parece que há cada ano que se passa, o evento tem sofrido uma decaída de relevância, especialmente com a “chegada” da Gamescom Latam em 2024. Mesmo assim, a BGS possui os seus momentos de glória dentro do patamar de eventos geeks no Brasil, trazendo uma boa variedade de conteúdo para entreter os gamers.


Entretanto, algumas decisões mal feitas da equipe do evento coordenado pelo empresário Marcelo Tavares causaram situações “incômodas” para todos, culminando nesta última edição de 2025 - sediada no Distrito Anhembi entre os dias 9 a 12 de Outubro - que certamente foi uma experiência morna (no melhor dos casos) e caótica para aqueles que queriam - ou não - se deparar com uma das maiores mentes criativas da indústria nos últimos anos: Hideo Kojima. Mas antes de falarmos sobre esse homem lendário, gostaria de apontar neste texto os principais problemas que foram encontrados por grande parte do público na BGS 2025.


Primeiro, o espaço: Depois de anos sendo realizada no Expo Center Norte, a BGS deste ano foi sediada no já mencionado Distrito Anhembi, o que certamente viria com uma redução de espaço e uma dificuldade de organização da equipe, que já tinha se acostumado bem com o espaço do Expo Center Norte. Em meu parecer, acredito que o espaço do evento foi diagramado de forma bem confortável para os dias mais tranquilos, e não senti que ele estava em um tamanho tão diferente do que vimos no Anime Friends e a já mencionada Gamescom Latam deste ano. O maior problema do Anhembi, particularmente falando, é o preço exacerbado do estacionamento - que cobra 80 reais pelo período de 12 horas.


Em questão de expositores, tivemos uma evidente “perda” de emissoras de TV e demais marcas que são pouco ligadas com o mundo dos games, mas com isso veio também a presença de várias desenvolvedoras pequenas e terceirizadas - e o “sumiço” das grandes empresas do mercado, da qual apenas a Nintendo teve destaque ao ser o maior expositor do evento. Enquanto isso, a XBOX nem apareceu (talvez para fugir das polêmicas do Game Pass) e a PlayStation trouxe uma vislumbrante apresentação de orquestra sinfônica (que infelizmente acabou com a apresentação da orquestra de Death Stranding no país) e disponibilizou um minúsculo stand de Ghost of Yôtei (que sinceramente, mal valia a pena visitar).


Outras desenvolvedoras que tiveram boa visibilidade no evento foram a SEGA (com Sonic Racing: CrossWorlds), Devolver Digital, Konami (lógico) e as equipes responsáveis pelos jogos Genshin Impact, Path of Exile 3, Resident Evil: Survival Unit, os remakes de Final Fantasy, League of Legends: Wild Rift e Brawl Stars. Entretanto, é aqui onde os meus “pontos positivos” terminam, pois tivemos tantos problemas que todos os fatores elogiados acima são facilmente refutados com o simples fato de que o evento estava extremamente lotado.


Especialmente no sábado, e surpreendente no domingo, o espaço do evento ficou tão amontoado de pessoas que mal dava para andar pelo pavilhão, e muito menos entrar em qualquer expositor - a menos que você quisesse esperar quase uma hora para acessar qualquer tipo de ativação ou loja patrocinada. Juntando isso com o preço absurdo na praça de alimentação (de novo), praticamente nenhum acesso à internet em todos os dias e uma péssima comunicação da organização para com o seu público (causando várias desavenças para a comunidade cosplayer e para criadores de conteúdo), o que poderia ter sido a melhor chance da BGS se mostrar como uma marca ainda relevante no mercado se tornou apenas motivo de chacota e de aborrecimento do seus visitantes, o que infelizmente nos trás à principal polêmica pós-BGS: Kojima.


Foto de Hideo Kojima, tirada no Beco do Batman, em São Paulo - Divulgação / Instagram / @hideo_kojima

Em prol dos convidados internacionais, tivemos muita pouca presença no evento, mas os que vieram trouxeram uma gama de oportunidades para interagir com seus fãs. Contamos com o retorno de Takashi Iizuka (diretor criativo da franquia Sonic The Hedgehog), a presença da deslumbrante Yoko Shimomura (compositora de Kingdom Hearts, Final Fantasy XV e Super Mario RPG) e a participação animadora de Naoki Hamaguchi (diretor de Final Fantasy VII Remake) que fez a festa com A New World, apresentação oficial da orquestra sinfônica de Final Fantasy. Mas não tem como negar, a maior surpresa (e o que certamente gerou toda a comoção do público) foi a chegada de Hideo Kojima, fundador da Kojima Productions e criador da série de jogos Death Stranding, Metal Gear e muito mais.


Kojima, que deveria ter sido a principal carta na manga da BGS 2025, foi o catalisador de duas das principais polêmicas do evento ao se envolver em atividades extremamente adoradas pelos fãs: o Meet & Greet e o Concurso Cosplay. Mesmo se dispondo a participar destas atividades de fácil acesso ao público, a falta de organização do evento - e muito provavelmente a vontade da equipe de bajular o convidado - geraram decisões que simplesmente acabou com a experiência "agradável" dos visitantes, seja a galera do público geral (com a distribuição antecipada dos lugares limitados para seu Meet & Greet sem aviso prévio às 6 da manhã) ou a comunidade cosplay (criando um concurso focado apenas à Death Stranding 2: On The Beach e barrando o espaço do camarim para dar lugar à equipe do Kojima no domingo - impedindo também o acesso ao único banheiro sem gênero do evento).


Se essas polêmicas foram culpa direta do Kojima, de sua equipe ou da organização da “maior feira de games da América Latina”, talvez a gente nunca saiba ao certo, mas o que ficou evidente com essa situação é que: apesar do meu repúdio às polêmicas que presenciei na Gamescom Latam 2025, a BGS 2025 decidiu ficar no mesmo barco e afundar com os demais eventos grandes deste ano. Resumindo a ópera: neste ano, a equipe do BansPodNerd não divulgou uma análise da Anime Friends 2025 pois o evento foi tão “morno” e "calmo" que nem pareceu que uma review demandaria a nossa devida atenção, mas diferente dela, a BGS e a Gamescom - que também foram “medianas” - tiveram problemas que valem a pena ser debatidas entre os visitantes das feiras. 


E infelizmente, aí está um grande problema: o fato de termos polêmicas corriqueiras, desprezo da comunidade, a ganância dos executivos e o descaso das organizações como os pontos mais importantes a serem discutidos sobre os eventos de 2025 nos mostra que o termômetro que eu havia mencionado na review da Gamescom Latam 2025 se manteve na mesma temperatura no decorrer do ano inteiro - e o medo se instaura desde agora para sabermos como será o resultado disso tudo: se a CCXP vai “salvar” a imagem dos eventos grandes nos 45 do segundo tempo, ou se tudo isso é um sinal tenebroso para o futuro do entretenimento geek no Brasil - ou talvez, eu só esteja ficando “velho demais” e “enjoado” de ir aos eventos que tanto me faziam bem…


E vocês, o que acharam da BGS 2025? Qual o seu veredito sobre os eventos deste ano? Acham que tem alguma chance dessa situação piorar? Gostaríamos de saber o que vocês acharam do nosso conteúdo, então deixe seus comentários abaixo! Não se esqueça de acompanhar o restante do nosso conteúdo do blog!

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