| Arte oficial do quadrinho Rei de Lata, escrita e ilustrada pelo brasileiro Jefferson Ferreira - Divulgação / Jeff |
Rei de Lata é um mangá independente brasileiro, disponibilizado por meio de plataformas digitais de quadrinhos (ou webcomic), porém contando com edições físicas dos volumes. A história se passa em um futuro distópico, onde crianças desenvolveram superpoderes dos mais diversos (destaque para as aplicações criativas deles). Este mundo é permeado por um ar tóxico para os adultos que por esse (e outros motivos) enxergam as crianças como parte do problema e passam a caçá-las.
O autor e ilustrador da obra se chama Jefferson Ferreira, mas usa os nicks "Jeff" e "Panda de Capa" nas suas redes sociais. De qualquer modo você o encontrará pesquisando pelo nome do quadrinho - ele é muito simpático e acessível, e a equipe do BansPodNerd o agradeçe pela permissão para usar suas artes neste artigo.
É um quadrinho muito divertido de se acompanhar, sendo muito familiar principalmente para os fãs do que aqui conhecemos como "mangá shonen" (tipo Dragon Ball, Demon Slayer e Cavaleiros do Zodíaco), onde lutas legais e poderes interessantes aparecem com frequência e tornam a leitura mais dinâmica, mas sem deixarmos de - em certos momentos - lidar com partes densas de apresentação de mundo, especialmente de seus personagens e seus dilemas.
Como mencionado no início, as crianças são caçadas neste universo - e isso é literal, então mesmo que a história seja contada com desenhos cartunescos e cores vibrantes, nos deparamos com cenas chocantes e densas (o que não é necessariamente uma quebra de paradigmas para quem acompanha quadrinhos de maneira mais recorrente, mas pode pegar de surpresa novos leitores, então vale o adendo).
| Arte do quadrinho Rei de Lata - Divulgação / Jeff |
Para mim, os mistérios deste mundo são um ponto de interesse principal na obra, mas o que mais me atrai de fato são os personagens - assim como em outras obras shonen, tipo My Hero Academia e Naruto, por exemplo. Aqui temos um elenco muito interessante de personagens com designs, personalidades e histórias de origem ricas: basta bater o olho nas artes de Jeff que você já se afeiçoa por alguns.
Outro fator que me chamou atenção são as facções e como elas funcionam, principalmente os "Corações" principal grupo de resistência das crianças e que possui vários núcleos de integrantes - o conto das crianças são tão fascinantes, que Jeff desenvolveu um spin-off dedicado ao Coração do Leste, núcleo do qual pertencem os personagens principais e que você pode conferir na página oficial do spin-off na paltaforma Tapas.
Os volumes físicos de Rei de Lata totalizam 6 edições, atualmente produzidas pela editora NewPOP. Adquirindo os volumes físicos, além de apoiar o autor, você terá acesso a uma série de informações extras sobre os personagens - o que torna uma compra ainda mais atrativa para os fãs.
| Arte do quadrinho Rei de Lata - Divulgação / Jeff |
Pessoalmente já tive problemas com versões impressas de obras pensadas originalmente para leitura online, mas felizmente este não é o caso aqui, já que a experiência não é atrapalhada pelo suporte físico - e não há diferença, à meu ver, em relação como foi publicada originalmente, então consuma como preferir.
Rei de Lata se tornou, há alguns anos, no meu quadrinho nacional preferido - e recomendo sua leitura fortemente, mesmo que você não seja do tipo que se interessa pelas temáticas abordadas ou as inspirações claras na maneira com a qual o autor expressa sua arte. Para aqueles que seguem com preconceito em relação a obras brasileiras, dê uma chance para esta, é de graça, espero que abra seus horizontes para conhecer mais autores de nosso país.
No momento desta publicação, a página oficial do quadrinho na plataforma Tapas conta com 79 capítulos que podem ser lidos gratuitamente em dispositivos mobile ou computadores domésticos. Para fechar com chave de ouro, segue abaixo uma entrevista com o autor:
Entrevista com Jefferson Ferreira
1. Pessoalmente gosto muito quando artistas dos quais sou fã exploram algo muito fora do seu nicho. Acredito que seu traço combinaria muito em capas de álbuns musicais, por exemplo, você já pensou em algo assim?
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