Seguindo essa linha, Shadows traz uma nova roupagem para velhas mecânicas, desta vez ambientadas no Período Sengoku do Japão Feudal, com os eventos começando em 1579. O mapa, novamente gigantesco, é mais difícil de explorar: As montanhas íngremes e florestas densas criam barreiras naturais que impedem uma travessia direta. Portanto, não é possível seguir “em linha reta” até o objetivo e o jogo obriga o uso das estradas - o que, embora realista, pode gerar certa frustração para quem valoriza liberdade total na exploração.
A ambientação é deslumbrante e ganha um charme especial com a mecânica das estações do ano, uma novidade que já devia ter chegado mais cedo na franquia. De tempos em tempos — ou conforme a progressão da história — o ambiente muda completamente: cores, iluminação e atmosfera variam entre primavera, verão, outono e inverno, fornecendo aos jogadores um espetáculo visual que reforça a imersão e a sensação de passagem do tempo.
O combate segue o padrão recente da série: ataques fracos e fortes, armas variadas com estilos de luta próprios e uma árvore de habilidades para evolução do personagem. Há ainda golpes especiais úteis em batalhas mais intensas, especialmente contra chefes.
Trailer de anúcio de Assassin´s Creed Shadows - Reprodução / Youtube / Ubisoft Brasil
Uma das principais novidades divulgadas pela Ubisoft é a presença de dois protagonistas jogáveis: um homem e uma mulher, com estilos e missões distintas. Ele é o samurai Yasuke, mais forte e resistente; ela, Naoe, uma ninja ágil e furtiva que utiliza uma corda com gancho — outra novidade na franquia. Apesar do marketing ter tratado isso como "uma grande inovação", a ideia já havia sido explorada em Assassin’s Creed Syndicate (2015), com os irmãos Frye. A diferença é que, agora, a Ubisoft refinou a mecânica, dando identidades, habilidades e narrativas próprias aos dois protagonistas - cujas histórias se entrelaçam de maneira envolvente ao longo da campanha, se tornando um dos pontos altos do jogo.
No fim das contas, Shadows é "mais do mesmo", e isso não é necessariamente ruim. É a típica fórmula de avanço na franquia Assassin’s Creed: uma base sólida que evolui um pouco a cada geração, às vezes acertando nas mudanças e às vezes errando, mas sempre mantendo sua essência - Quem já gosta da franquia vai se sentir em casa, e quem nunca gostou, dificilmente vai mudar de opinião agora.
Mesmo assim, Shadows traz avanços mais significativos que seus antecessores diretos (com exceção de Assasssin's Creed Mirage, que foi um caso à parte), e o Japão Feudal se mostra um cenário perfeito para revigorar a fórmula clássica — bela, complexa e cheia de histórias para contar.
ASSASSIN'S CREED SHADOWS está disponível para PlayStation 5, Xbox Series X/S, Nintendo Switch 2, Windows (Steam e Ubisoft Connect) e MacOS.


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