O filme Frankestein estreou na Netflix recentemente e mostrou que Guilhermo Del Toro (O Labirinto do Fauno) queria adaptar, de qualquer forma uma das histórias mais impactantes da literatura - apostando em um magnífico filme dramático que apresenta uma história imersiva e totalmente colorida na sua direção de arte que foi nada mais que um deleite, especialmente para quem teve a oportunidade de assistir nos cinemas antes de sair na plataforma de streaming vermelha.
Logo do filme Frankenstein (2025, dirigido por Guilhermo Del Toro - Divulgação / Netflix
ATENÇÃO: SEM SPOILERS DE FRANKENSTEIN (NETFLIX, 2025)
Se estamos falando de Del Toro, pode apostar que filme colorido vamos ter. Além dessa assinatura do diretor e cineasta, não apostou no terror e ação como muitas adaptações fizeram, e sim numa história de drama e com atuações que fica até difícil escolher qual foi a melhor - mesmo assim, o destaque fica para os protagonistas da narrativa, os atores Oscar Isaac (Cavaleiro da Lua) como Victor Frankestein e Jacob Elordi (Euphoria) como a Criatura.
No decorrer de duas horas e quarenta minutos, temos os pontos de vistas dos dois protagonistas sendo constantemente trabalhados enquanto focamos na principal pergunta da trama: "Quem é o verdadeiro vilão deste conto?". Tendo os seus pontos baixos na narrativa, mas conseguindo ligar todos os fatos centrais sem cansar o público ao longo da maratona, vemos que Del Toro escreve um roteiro sem nenhuma ponta solta.
O ponto mais interessante dessa adaptação é que quando Frankestein quer realmente dar a origem a sua criação, tudo ali é apresentado com explicações centíficas plausíveis e coesas para que aquilo possa acontecer, ao mesmo tempo deixando interessante a história. Pois isso acontece nos momentos "calmos" e iniciais do filme, agregando muito pra história e não deixando barrigas que acontecem em muitos filmes e séries.
Trailer do filme Frankestein de Guilhermo Del Toro - Reprodução / Netflix
A aceitação e a rendenção são os principais temas abordados de maneira forte e realista pois cada personagem possui os seus traumas e passamos a narrativa vendo como eles lidaram com isso. Ao mesmo tempo que vemos esses dois temas se colidir na tela e como isso vai causar desconforto para quem assistir - pois geralmente esperamos algo feliz ou triste -, percebemos como um resultado conclusivo não acontece, pois cada personagem do núcleo principal tem seus erros e não sabem como aceitar e lidar com isso. A partir do momento que temos redenção não do jeito como a esperamos, podemos ver que Del Toro fez questão de gerar desconforto e uma mágoa até o seu final.
O final realista é o "Absolute Cinema" que marca ainda mais a assinatura de Del Toro na obra, pois o meio termo é o mais difícil de trabalhar, já que a "zona de conforto" são as extremidades, tanto para o final triste quanto para o final feliz. E se isso continuar, a parceria entre diretor e Netflix dará certo para muitas produções.
Concluindo... Del Toro conseguiu adaptar Frankestein de maneira coesa, mostrando o quão simples e o quão possível é adaptar um livro para um filme e ainda entregar excelentes atuações. Fora que direção de arte, a cinematografia e o figurino estão de acordo com o que precisa ser entregue ao público e garantir um filme digno de ser passado em salas de cinema. Se esse filme não for selecionado ao Oscar, a Academia vai precisar repensar em seus conceitos.
E aí, já assistiu Frankestein? Deixa a sua opinião e acompanhe o BansPodNerd.

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